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"Quando eu soltar a minha voz por favor entenda que palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando...e por favor, entenda, é apenas o meu jeito de viver, o que é amar!" (Gonzaguinha)



terça-feira, 16 de junho de 2009

Festas Juninas


Saio nas ruas desta capital com uma boa cara de interior e deparo-me com uma realidade que me incomoda: o interior perdeu sua cara. Sim, ou transformou-a, e se o fez certamente não foi pra melhor.

Lembro-me bem de como era gostoso essa época junina na minha cidade do interior que ironicamente já foi capital, mas que perdeu a cara de capital. Uma época festiva, alegre, dançante, contagiante e tantos outros “antes” que só quem viveu alí naquela época se apercebeu. Quantas bandeirolas, quantas fogueiras(a consciência ecológica não estava tão presente), fogos, traques, espanta moscas, pé de moleque, cocada, baião e u sem número de tipicidades que faziam a alegria de adultos e crianças.

E como eram belas as quadrilhas!! Quanta vibração pra ver quem ganharia o festival. Seria a “Pinga Fogo”? Seria a “Tictac”? Ou seria uma outra? Não importava a campeã, no final a festança é que valia.

Todos os bairros se arrumavam pra comemorar essa também santa trindade “Antônio-João-Pedro”.

E tinham as simpatias que hoje estão esquecidas ou caíram na completa descrença. Eu mesmo cheguei a “passar fogueira” pra ser compadre de inúmeros amigos, pra dar novo batismo até. Uma das vezes, pulei a fogueira literalmente! Por ingenuidade mesmo. Pegávamos brasas com as mãos e jogávamos numa bacia com água na esperança de ver se formar o nome da pessoa amada, ou púnhamos comida pro santo da noite em frente a um espelho que à meia noite nos revelaria o rosto da pessoa amada. E críamos naquilo, verdadeiramente!

Anos dourados aqueles... Hoje desbotados... Salva-nos o privilégio de lembrar, de recordar... E paradoxalmente é a falta de todos esses elementos que me remetem a eles. Como dizia, aqui na capital não se vê mais isso... Um nicho talvez seja o público que ainda sai de casa pra acompanhar os folguedos agora restritos a um espaço fechado que inibem a presença de muitos pela “pomposidade” com que se apresentam. Agora é “São João” no Shopping... E o pior é constatar que é, como quase tudo hoje, um fenómeno globalizado essa falta de identidade. Tudo virou High Tech, e essa nova geração tem que contentar-se com as animações festivas da Internet. Tradição agora são os Budypooker's da vida... Digo, da vida não, da Net!

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