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"Quando eu soltar a minha voz por favor entenda que palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando...e por favor, entenda, é apenas o meu jeito de viver, o que é amar!" (Gonzaguinha)



sábado, 17 de abril de 2010

Flores no meu Sertão - By Flávio Guedes





Vida após a Morte



Este ano o Espiritismo está em alta. Com o centenário do nascimento de Chico Xavier, o maior representante da doutrina no Brasil, e um dos maiores do mundo, o assunto passou a ser discutido em todos os lugares, em nosso cotidiano e impulsionado pelo cinema onde uma série de filmes comemóram a data, como o recém estreado e já sucesso de bilheteria "Chico Xavier" de Daniel Filho, diga-se de passagem uma obra primorosa. E o tão aguardado "Nosso Lar" baseado no livro pisicografado pelo médio segundo as citações do espírito de André Luis.

Eu, que sempre fora um simpatizante dos preceitos espíritas, iniciei minha caminhada consciente na doutrina em 1998, em Picos, no Centro E´spírita Chico Xavier, na época, fui recebido pela ja desencarnada Nilza Azevedo que anos depois viria a ser minha professora na UFPIe para quem em 2003 o PBC encenou a peça "Chico Xavier" na qual eu fiz o protagonista. Fui alí em busca de explicações para os fenômenos que aconteciam em minha família. Vizões que sempre acometeram meus parentes e eu, desde meu avós maternos, passando por minha mãe, minhas irmãs e eu, e agora, mais recentemente minha sobrinha de quatro anos.

São muitas as experiâncias mediúnicas não tarbalhadas que nos acomete, e que a doutrina explica, para meu conforto. Mas um em especial me tocou, me emocionou e me deixou muito alegre. Não se passara diretamente comigo, apesar dos que acometeram serem também fatos encantadores, mas o que se passou com minha sobrinha que´no dia ainda tinha trêz aninhos fora infinitamente mágico e significativo pra mim.

Em setembro de 2008 eu perdera um de meus melhores amigos, o melhor de minha infância e que havia dez anos não nos víamos, apenas conversávamos por telefone. Naquele ano já tinhamos combinado de que eu passaria minhas férias de dezembro em BH em sua companhia, comemoraríamos nosso aniversário que acontecia naquele mês, juntos. Os planos de Deus eram outros e Fabiano fora chamado antes, morto por uma bala.

Quando soube da notícia a caminho do meu trabalho me desesperei, chorava sem parar, alto dentro do ônibus coletivo em que me encontrava e entrei no Banco onde trabalhava em lágrimas desesperadoras. Eu ja perdera entes queridos mas aquela perda tinha sido a mais dolorosa pra mim. Eu não entendia, eu não me conformava em perder meu grande amigo daquela forma brutal. EU não compreendia. Peguei o primeiro vôo que consegui e fui pra capital mineira no intúito de ver seu corpo uma última vez, mas por atrazo de vôo não consegui chegar a tempo. Fiquei muito, muito, muitoooo triste por não ter podido dar um último abraço nele. Chorava inconformado. E naquela noite em sua casa, sonhei com ele, em nossa infância por toda a noite e não mais consegui derramar uma lágrima. Estar alí entre os parentes dele, pais e irmãos, era pra mim como que resgatar um pouco desses dez anos que passamos afastados.

Retornei pra Teresina mas continuava inconformado por não ter dado meu último abraço. Foi então que numa certa noite, na semana seguinte, sonhei com ele. No sonho ele vinha com o sorrizo mais lindo e me abraçava. Simplesmente. Um abraço forte, demorado, em que nada dissemos um ao outro, mas que fora uma de nossas melhores conversas. Acordei no dia seguinte tão feliz que não cabia em mim! Ele veio realizar meu desejo, e presenteou-me com um último abraço!

Mas o que me deixou mesmo maravilhado foi o fato acontecido com minha sobrinha de trêz anos. Ela, me vendo postar umas fotos dos meus amigos Sávio Barão e Vilebaldo Rocha, viu uma foto de Édio Leal, da UPE e disse "Esse daí eu não conheço. Conheço outro". Eu então lhe perguntei quem ela conhecia? E ela rápida meb respondeu: "Um eu tava lá na sala. Ele tava sem chinelo. Eu perguntei você é amigo do meu titio? E ele disse: 'sou'! E eu perguntei" - continuou ela a relatar - "Como é seu nome? E ele disse: 'Fabiano'". Sim. Minha sobrinha que nunca vira ou ouvira falar em Fabiano o viu na sala de minha casa. Aquilo me fez crer que ele está próximo a mim, a sua família e que a vida após a vida é mesmo um fato.

Agora, mais que nunca tenho lido e estudado a doutrina, não por modismo, que talvez passe a vigorar nos brasileiros com a novela global e os filmes nos cinemas, mas por viver experiências incríveis e que não me deixam dúvidas: "A morte é só uma viagem"!